Costa fala de adesão à UE como "passo decisivo"

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O presidente do conselho Europeu, António Costa, descreveu esta quinta-feira a assinatura do tratado de adesão de Portugal e também de Espanha à então Comunidade Económica Europeia (CEE), hoje União Europeia (UE), como um “passo decisivo” para estes países.
“Hoje estarei em Lisboa e Madrid para assinalar os 40 anos da assinatura dos tratados de adesão de Portugal e Espanha à CEE. Um passo decisivo para duas jovens democracias e um marco que reafirmou a integração europeia como um projeto de valores partilhados, de prosperidade e de paz”, escreveu António Costa, numa publicação na rede social X.
Today I will be in Lisbon and Madrid to mark 40 years since Portugal and Spain signed their EEC accession treaties.
A defining step for two young democracies—and a milestone that reaffirmed the European integration as a project of shared values, prosperity, and peace. pic.twitter.com/HoydhF6C8R
— António Costa (@eucopresident) June 12, 2025
Também em Bruxelas, a comissária europeia para os Serviços Financeiros e a União da Poupança e dos Investimentos, Maria Luís Albuquerque, disse aos jornalistas portugueses que estes são “40 anos de um caminho partilhado, feito de progresso, solidariedade, e, acima de tudo, de pertença”. “Ao assinar o Tratado de Adesão, Portugal abraçou um projeto que era, e continua a ser, muito mais do que uma união económica ou política. A Europa é um espaço de liberdade, de democracia, de paz e de oportunidades e Portugal faz parte, desde esse momento, da construção desse projeto comum”, salientou Maria Luís Albuquerque. Frisando que “Portugal mudou e mudou para melhor”, a responsável portuguesa descreveu porém um caminho contínuo, para o qual é agora “fundamental que a Europa aja de forma unida e determinada”, perante “um mundo mais instável, imprevisível e competitivo”.
O Mosteiro dos Jerónimos acolheu esta quinta-feira uma cerimónia evocativa da assinatura do Tratado de Adesão à CEE, que contou com intervenções do Presidente da República, do primeiro-ministro e do presidente do Conselho Europeu. Nesta data, há 40 anos, o então primeiro ministro português, Mário Soares, assinou o documento que viria a concretizar a entrada de Portugal na CEE a 01 de janeiro de 1986, numa cerimónia que também decorreu no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Poucos anos após a Revolução dos Cravos, este marco representou o reforço da democracia portuguesa e o arranque da sua modernização económica e social financiada pelas verbas comunitárias, com as novas infraestruturas e a livre circulação a darem um novo fôlego ao país. Apesar de a austeridade entre 2011 e 2014 ter causado tensões entre Lisboa e Bruxelas, os portugueses são dos mais europeístas e dos que mais confiam no projeto europeu, segundo recentes estudos de opinião.
Durante a cerimónia, foi assinada a Declaração de Lisboa, que “reafirma a vocação europeia de Portugal e o contributo português para o aprofundamento da União”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. As comemorações da adesão de Portugal prolongam-se até 2026 — a entrada efetiva ocorreu em 01 de janeiro de 1986 —, e pretendem assinalar “40 anos de sucesso”, mas também “lançar as sementes do futuro”, disse à Lusa o comissário das celebrações Carlos Coelho, ex-eurodeputado e atual vice-presidente do PSD.
Foi ainda exibido um vídeo evocativo da assinatura do Tratado onde serão destacados Mário Soares e Ernâni Lopes, então primeiro-ministro e ministro das Finanças, respetivamente — ambos já falecidos.
Na assinatura de há 40 anos, participaram também Rui Machete, então vice-primeiro-ministro, e Jaime Gama, na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros.
observador